Anexo 2 - Abordagem da veridicidade de fotos - Observação do Pesquisador

Introdução


No começo da pesquisa, nos pareceu fácil identificar por meio de uma imagem a existência de algum animal bizarro encontrado na natureza: Em uma foto de um elefante de duas patas por exemplo, criariamos uma suposição de que elefantes de duas patas não existem, e procuraremos resquícios de Photoshop na imagem. Caso não encontremos nada, procurariamos por mais informações do animal, esperando realmente encontrar algo sobre ele, e talvez não encontrariamos. Aí fica a dúvida: O animal realmente existe? Induziriamos que não.
Para a compreensão do cunho CTS e seu desenvolvimento, antes de começarmos com a discussão proponho que observe as duas fotos atentamente e responda: Qual das fotos é falsa? Há alguma verdadeira?

Foto 1 - Maior Tartaruga do Mundo

Tartaruga gigante teria sido encontrada na Bolívia! Verdade ou farsa? (foto: Reprodução/Facebook)

Foto 2 -  Gato com rosto de duas cores

Gato de duas cores no rosto! Verdadeiro ou farsa?

Discussão

Na introdução supomos como seria a análise das imagens, como achamos que seria no início de nossa pesquisa. Porém, no decorrer da pesquisa, descobrimos que pode não ser assim que as coisas funcionam.

Na primeira foto vemos várias pessoas como testemunhas de um animal encontrado na Bolívia, tida como a maior tartaruga do mundo, medindo 17 metros, pesando quase 3 toneladas e teria a idade estimada em mais de 500 anos. O animal estaria sendo levado para o Sea World, onde se juntaria a outros animais igualmente especiais.

Na segunda foto, temos um gato simpático bicolor que teve milhares de curtidas e compartilhamentos no facebook, provando sua popularidade. Não se sabe o motivo de sua bicoloração.

Então, acrescentamos uma informação: Um desses animais é falso e outro realmente existe. Qual seria?

Acrescento um aspecto singular às nossas discussões CTS: A influência da Visão, de nossos sentidos e nossa percepção. Como um grupo de jovens cientistas em nível acadêmico, escolheriamos estudar o animal que nos parece mais próximo do real e descartariamos o que nos pareceu impressionante demais, pois mesmo que ele exista, pode ser demasiado complexo estuda-lo. Para que o estudariamos sendo que ele pode não existir?
Descartaremos o gato e partimos para a tartaruga. Chegariamos logo nesse link, que nos mostra realmente de onde veio a nossa tartaruga: Não passa de um boneco. A foto foi tirada de um trecho de um filme japonês de 2006, chamado "Gamera the Brave". A tartaruga de 17 metros não existe. A maior tartaruga do mundo na verdade é a Galapagos Tortoises, que chegam a medir 1,80m e vivem mais de 100 anos
A essa altura ja descartamos o nosso gato, que na verdade é fêmea e seu nome é Venus. Foi adotada em 2009 e vive na Florida até hoje. Ela possui metade do rosto preto, além de um olho de cada cor. Existe sua Página do Facebook e até videos da gata circulando pela internet. Essa gata realmente existe. Mas não estudemos esse animal, pois ja o descartamos.
No meu ponto de vista, a tartaruga é menos 'bizarra' do que o gato, mas há outros pontos de vista que podem divergir do meu. Em todos os casos, há a redireção dos focos de pesquisa. Tendemos ao que parece ser mais verdadeiro para nós.

Conclusão

Devemos tomar cuidado ao analisar fotos e supor estas falsas ou verdadeiras, mesmo depois da análise delas. Mas esse cuidado não se restringe somente a imagens. Muitas informações de cunho científico são perdidas com essas pré-concepções: Ao observarmos uma divergência absurda nos resultados experimentais de um dado experimento, poderiamos não saber como supor se essa divergência foi um erro instrumental ou uma nova descoberta. Ao analisar os dados de um difratograma na análise de um determinado material, poderiamos supor que as variações mais discrepantes sejam de impurezas antes de sujeitar o material à novas análises e antes de descobrir alguma deformação significante para a propriedade do material.

Anotações para Análise

  • A primeira foto, a maior tartaruga do mundo, não é real;
  • A segunda foto, o gato bicolor, realmente existe;
  • Isso por mais que o gato seja mais bizarro do que a tartaruga;
  • Apesar de ambos serem estranhos, se falamos que um é real e outro é verdadeiro, iriamos supor primeiro que o menos 'fora do comum' é verdadeiro e o outro é falso;
  • Implica em falsos focos científicos;
  • Cada pessoa tem um ponto de vista. Logo, cada um definiria por si mesmo qual o animal é mais improvável de existir. Mas ainda assim há uma redireção do foco de pesquisa;
  • Em Cunho CTS, aspectos religiosos podem redirecionar essa concepção de estranheza;
  • Aspectos profissionais iriam variar dependendo do pesquisador, que pode optar por escolher um meio de pesquisa "complexo e mais sujeito à falhas" ou por um meio "simples e de fácil obtenção de resultados;
  • O que pode influenciar drasticamente no sucesso do pesquisador;
Fontes:

http://www.e-farsas.com/maior-tartaruga-mundo-encontrada-na-bolivia-pesa-3-toneladas.html
http://www.e-farsas.com/um-gato-com-rosto-de-duas-cores-faz-sucesso-na-web.html
http://animals.nationalgeographic.com/animals/reptiles/galapagos-tortoise/
http://www.scifijapan.com/articles/2006/03/01/gamera-the-brave/
https://www.facebook.com/VenusTheAmazingChimeraCat

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