A Disciplina

BC0603 - Ciência, Tecnologia e Sociedade


Objetivos Gerais da Disciplina
Apresentar estudos que relacionam ciência, tecnologia e sociedade, abrangendo as correntes teóricas mais conhecidas, visando desenvolver capacidades de análise crítica sobre propostas e ações de atores públicos e privados na área de C,T&I (Ciência, Tecnologia e Inovação), bem como entender o funcionamento das instituições relacionadas a C,T&I, entendendo seu papel como ator importante para o avanço da C,T&I nas instituições em que trabalham ou trabalharão no futuro. 

A produção de C&T é, desde as Primeiras Revoluções Industriais, uma força social de grande importância, onipresente em todas as nações do planeta, cujos governos e instituições privadas dispendem uma considerável quantidade de recursos financeiros, humanos e materiais em atividades de C&T&I, evidenciando a importância de se conhecer esse universo para todas as carreiras. Ao aumento de escala das atividades de C&T correspondeu um incremento de seus impactos positivos e   negativos sobre a sociedade e seu ambiente, a maior apropriação privada de seus resultados, bem como o aumento da complexidade dos determinantes do rumo e intensidade das atividades de C&T, consideradas atualmente um dos principais elementos de fortalecimento da base de produção de recursos materiais e humanos de uma dada sociedade. Frente à idéia generalizada pelo senso comum de que a produção de C&T produz necessariamente bem estar e progresso social, o objetivo da disciplina é apresentar as principais correntes teóricas que discutem as relações entre C&T e sociedade, ilustradas por exemplos históricos que mostram os determinantes e impactos das atividades de C&T. Dessa maneira, a disciplina busca fornecer informações que estimulem a reflexão crítica sobre a produção  C&T, reconhecendo sua não neutralidade e seu caráter ambíguo, capaz de gerar avanços e retrocessos sociais, além de sujeita à apropriação por interesses político/ideológicos e econômicos. Também se espera fornecer uma descrição crítica sobre as instituições e atores dos sistemas de C&T, dando destaque ao caso brasileiro, sua evolução histórica, atores e perspectivas frente a acontecimentos políticos e econômicos recentes. Com isso, espera-se que os alunos entendam seu papel como atores importantes para o avanço de ações de C,T&I nas instituições em que ingressarem durante ou após o curso.


Objetivos Específicos

  1. Analisar as relações entre Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) e seu entorno social, revelando condicionantes sociais da C,T&I, bem como as implicações sociais de distintas trajetórias científicas, tecnológicas e Inovativas.
  2. Fornecer aos alunos elementos teóricos, ilustrados por exemplos da história da C&T, que permitam uma visão crítica da produção de C,T&I, especialmente as relações entre essas três atividades sociais.
  3. Enfatizar a dimensão política, coletiva e não neutra da produção social da C,T&I, descrevendo suas instituições (incluindo regras de funcionamento), atores típicos e suas inter-relações, bem como as limitações da C,T&I como instrumento de melhoria do bem estar social, destacando-se o papel da C&T nos processos sociais de geração de inovações.
  4. Destacar as inter-relações entre as mudanças trazidas pela C,T&I em outras dimensões sociais (trabalho, meio ambiente, aprendizagem/capacitação, cultura, relações de gênero);
  5. Apresentar as características políticas e as instituições de C&T brasileiras, suas limitações e suas perspectivas em função de determinantes históricos, com destaque para acontecimentos políticos e econômicos recentes.  

Ementa

Evolução bio-cultural do ser humano: técnicas e tecnologias como dimensões da humanidade. Metodologia, racionalidade e relativismo. Ciência, tecnologia e inovação como fato social. Indivíduo, Estado e sociedade. Política científica e tecnológica. Valores e ética na prática científica. Controvérsias científicas.


Fonte: Blog Profº Drº Adalberto Azevedo


Docente: Profª Drª. Ana Maria Dietrich

Professora adjunta do Bacharelado de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC. Pós-Doutora pelo Departamento de Sociologia do IFCH da Unicamp. Doutora em História pela USP. Foi pesquisadora do Centro de Estudos de Anti-Semitismo (Universidade Técnica de Berlim) em 2003-2004 quando desenvolveu Doutorado em caráter sanduíche. Possui graduação (bacharelado e licenciatura) em História pela Universidade de São Paulo (1995), graduação em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo (1994) e Mestrado em História Social pela Universidade de São Paulo (2001). Autora de diversos livros e artigos, entre eles, Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil (Todas as Musas, 2012) e Caça às Suásticas - O partido Nazista em São Paulo (Imprensa Oficial / Humanitas 2007). Membro permanente do Programa de Pós Graduação em Ensino, História e Filosofia da Ciência e da Matemática (UFABC) e colaboradora do Mestrado em História, linha História Cultural, da Universidade Severino Sombra (USS-RJ). É editora da revista Contemporâneos - Revista de Artes e Humanidades e da Contemporartes - Revista de Difusão Cultural. Coordena o grupo de pesquisa do CNPQ - Laboratório de Estudos e Pesquisas da Contemporaneidade - LEPCON. Atua como colaboradora da Escola Livre de Literatura ligada a Prefeitura de Santo André. Coordena o Programa de Extensão / PROEXT/ MEC / 2011 - Memória dos Paladares. Coordena o Grupo de Trabalho da Associação Nacional dos Pesquisadores de História, Núcleo Regional de São Paulo, História dos Partidos e dos Movimentos de Direita. Coordena os projetos Batuclagem nas Escolas , Café com PP e Neblina sobre trilhos na UFABC. Suas pesquisas enfocam os seguintes temas: Traumas de guerra, Direita e Extrema-direita, Nazismo e Antissemitismo, História e Contemporaneidade, Memória, Identidade e Narrativa, Repressão e resistência Política, novas linguagens historiográficas (Cinema X História, História X Fotografia, História X Canção) e Estudos interdisciplinares de Artes e Humanidades.

Fonte: Curriculum Lattes da Professora Dr.Ana Maria Dietrich 

A monitora


MARIANE ZAVATIERI - Estudante do Bacharelado de Ciências e Humanidades da UFABC


Sobre a Universidade


No ano de 2004 o Ministério da Educação encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 3962/2004 que previa a criação da Universidade Federal do ABC. Essa Lei foi sancionada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União de 27 de julho de 2005, com o Nº 11.145 e datada de 26 de julho de 2005. O Projeto Acadêmico da UFABC procura levar em conta as mudanças no campo da ciência, propondo uma matriz interdisciplinar, caracterizada pela intercessão de várias áreas do conhecimento científico e tecnológico. O Projeto da Universidade ressalta a importância de uma formação integral, que inclui a visão histórica da nossa civilização e privilegia a capacidade de inserção social no sentido amplo. Além disso, o projeto tem como meta a criação de um ambiente acadêmico favorável ao desenvolvimento social, contribuindo para a busca de soluções para os problemas regionais e nacionais, a partir da cooperação com outras instituições de ensino e pesquisa e instâncias do setor industrial e do poder executivo, legislativo e judiciário.

Até a chegada da UFABC em 2005/2006, as sete cidades de região (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) apresentavam uma enorme demanda de vagas no ensino público superior. O ABC possuia mais de 2,5 milhões de habitantes e uma oferta de 45 mil vagas distribuídas em 30 Instituições de Ensino Superior, sendo a grande maioria privada. Dos cerca de 77 mil estudantes matriculados no ensino superior na Região, cerca de 65% estavam em instituições privadas, 20% em municipais e 15% na rede comunitária filantrópica. Com a exceção de uma porcentagem ínfima de instituições que desenvolviam atividades de pesquisa, todas as demais se dedicavam apenas ao ensino. No setor de tecnologia e engenharia poucas apresentavam investimentos em pesquisa aplicada.


Reformulação do conhecimento científico
Após mais de um século de contínuos avanços da ciência e tecnologia, impulsionados pela extraordinária capacidade de inspecionar macrocosmos e microcosmos e à capacidade quase ilimitada de calcular com máquinas cada vez mais poderosas, muito pouco se fez para adaptar o currículo das universidades a essa nova era.
As barreiras que dividem os diferentes campos do conhecimento têm caído uma após a outra, apesar de ainda prevalecerem a organização departamental e o apego a fragmentos de conhecimento como se fossem propriedades privadas.
Um sinal claro da nova era é o crescimento imergido de campos diferentes do conhecimento, o que conduz à pesquisa interdisciplinar. A fim de se inserir na reorganização da ciência e na interação entre ciência e tecnologia, a UFABC organiza seus cursos a partir de seis diretrizes principais, com as quais pretende inspirar os campos de pesquisa:
- Estrutura da Matéria;
- Energia;
- Processos de Transformação;
- Comunicação e Informação;
- Representação e Simulação (Matemática);
- Humanidades e Ciências Sociais Aplicadas.



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